Assim como o efeito espectador(1) pode impedir que as pessoas ajam em emergências pela presença de outras pessoas, a diluição de responsabilidade(2) associada a este fenômeno psicológico pode impedir que os consumidores ajam para diminuir sua pegada ecológica.
Muitas vezes, os indivíduos acreditam que outros estão agindo para diminuir os impactos ambientais com base nas suas relações de consumo e, não precisam fazer nada, ou seja, o que está sendo feito por outrem é suficiente.
Contudo, a inércia individual, análoga ao efeito espectador, leva a falta de ações coletivas e ao agravamento dos problemas ambientais que estamos cansados de conhecer.
No caso da sustentabilidade em geral, a diluição de responsabilidade pode levar os consumidores a pensar que outras pessoas ou empresas são responsáveis por resolver o problema da poluição e das mudanças climáticas, e que suas escolhas de consumo não importam ou não fazem diferença.
No entanto, ações individuais são importantes e necessárias para alcançar a sustentabilidade e cada indivíduo deve assumir sua cota de responsabilidade ambiental e fazer a sua parte para proteger o Planeta.
É importante lembrar que quanto mais plásticos utilizamos (material presente em nossas escolhas de consumo, sacolas plásticas, por exemplo), mais petróleo consumimos, agravando os impactos ambientais sobre o Planeta e seres vivos por conta do aumento das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Ao fazer pequenas mudanças em seus próprios hábitos de consumo, os indivíduos podem contribuir para uma economia mais sustentável e ajudar a mitigar os impactos negativos das mudanças climáticas.
Bom, agora que você sabe que pode estar sofrendo do efeito espectador, falemos da crise ambiental planetária que somos causadores. Uma das formas mais nocivas de poluição é a presença do plástico e micro plástico em ecossistemas terrestres e aquáticos, causando danos irreparáveis à fauna e à flora.
O consumo exagerado e irresponsável é uma das principais causas dessa crise, exigindo uma mudança urgente em nossos hábitos de consumo. A obsolescência programada e percebida são algumas das estratégias utilizadas pelas indústrias para nos fazer comprar mais e mais, muitas vezes coisas que não precisamos.
Produtos são projetados para durar pouco tempo, tornando-se obsoletos rapidamente, o que aumenta a demanda por novos produtos. A obsolescência percebida é quando os consumidores são levados a acreditar que seus produtos estão desatualizados ou desgastados, quando, na verdade, ainda estão em boas condições de uso.
Essa prática incentiva o consumo desnecessário e resulta em abundância de lixo produzido.
A economia linear, que se baseia em extrair, produzir, usar e descartar, é insustentável e resulta em abundância de lixo e poluição. É importante adotarmos uma economia circular, que promove a reutilização e o reaproveitamento de materiais e produtos. A economia circular é um modelo sustentável que pode ajudar a reduzir a quantidade de resíduos e poluição.
A contaminação dos oceanos e solos por plásticos e micro plásticos é um problema grave e exige ações imediatas para prevenir danos ainda maiores. Produção excessiva de plástico, o consumo desenfreado e a falta de reciclagem são algumas das principais causas dessa crise. A redução do consumo de plástico é uma solução importante para combater a poluição.
Daí podemos considerar que o minimalismo é uma filosofia que promove o consumo consciente e reduzido, incentivando as pessoas a refletirem sobre suas necessidades e prioridades. Ao adotar o minimalismo, podemos evitar o consumo excessivo e desnecessário e contribuir para a redução das diversas formas de poluição.
Precisamos repensar como utilizamos os recursos naturais e buscar soluções mais sustentáveis e responsáveis, como a transição para fontes de energia renováveis e a adoção de políticas públicas que incentivem práticas mais sustentáveis nas empresas e na sociedade.
(1) Efeito do espectador ou difusão de responsabilidade é um fenômeno observado em psicologia social e descrito pela primeira vez por John Darley e Bibb Latané em um estudo de 1968, que aponta para a presença de outras pessoas (ou seja, expectadores) diminuem as chances de uma pessoa intervir em uma emergência.
(2) A diluição de responsabilidade: se há muitos voluntários em potencial, cada um considera que tem uma parcela de responsabilidade muito pequena sobre as consequências negativas de não fazer nada.
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