Temos a ilusão que o desmatamento ocorre somente nas florestas longínquas, tais como a Floresta Amazônica, por exemplo, ou em outros pontos igualmente isolados da Mata Atlântica, naqueles incríveis 3% que restaram, ou distribuídos em outros Biomas espalhados pelas regiões deste Brasil continental.
O desmatamento urbano é uma realidade e acontece em menor escala aí na sua rua, bairro e cidade, reconfigurando os espaços naturais em artificiais, agravando e potencializando os efeitos das mudanças climáticas em níveis locais e regionais.
De acordo com um estudo do Nature GeoScience, as principais causas do desmatamento urbano são as demandas por novos espaços para atender a crescente população urbana, como rodovias, condomínios residenciais e polos industriais, bem como a expansão da agropecuária para atender a demanda por produtos agrícolas da cidade.
As árvores oferecem serviços ambientais as pessoas e as localidades onde estão. São funções que trazem vantagens para o bem-estar humano, além de regular o micro-clima e ecossistema local. Alguns exemplos incluem:
- A polinização das plantas selvagens e cultivadas por meio do transporte de gametas (pólen) entre suas estruturas reprodutivas;
- A manutenção de um clima adequado para as atividades humanas, como habitação, agricultura e saúde, através da regulação climática pela cobertura vegetal por meio de processos como fotossíntese e evapotranspiração;
- E, a garantia de estoques de água de boa qualidade para consumo humano, resultando da filtragem, retenção e armazenamento de água doce pela vegetação.
A cada árvore derrubada na cidade perdemos um ínclito serviço ambiental. A participação dos cidadãos nas políticas públicas são mandatórias para garantir um planejamento urbano adequado e que se concentre na qualidade de vida das pessoas e na manutenção do equilíbrio ambiental urbano.
Cada município tem um plano diretor que é um projeto da cidade no que tange aos seus aspectos físico-territoriais, elaborado pelo Poder Executivo Municipal, sob a responsabilidade técnica de um arquiteto urbanista com a participação de uma equipe interdisciplinar, em um processo de planejamento participativo. Logo, a questão ambiental deve estar no centro desse planejamento, pois as expensas serão enormes para a economia regional, se houver um desequilíbrio ambiental.
As soluções para frear o desmatamento urbano incluem:
- Uso de tecnologias eficientes e verdes para a construção de infraestruturas, como a construção de prédios e rodovias.
- Implementação de políticas e leis mais rígidas para proteção da floresta e regulamentação do uso do solo.
- A manutenção preventiva da arborização é um dos pontos principais para garantir os benefícios de uma boa gestão da vegetação de uma cidade. Uma poda drástica pode provocar a morte do indivíduo arbóreo.
- A participação dos cidadãos nas políticas públicas e na fiscalização dos cortes irregulares de árvores nas ruas, bairros e nas cidades.
As árvores mantêm os ambientes positivos onde estão inseridas. Entendeu o trocadilho com o nosso slogan?
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